Tendinite X home office

Saiba como prevenir e tratar uma das doenças que mais tem acometido quem trabalha em casa

Para conter o avanço do vírus da Covid-19, muitas empresas aderiram ao trabalho remoto, onde todos, ou boa parte, dos funcionários cumprem a jornada trabalhista dentro de casa. Devido ao à jornada incerta de trabalho, a problemas financeiros e de saúde e ao home office em si, muitos têm desenvolvido algumas doenças ortopédicas, como, por exemplo, a tendinite.

A tendinite é uma lesão ou inflamação no tendão (uma estrutura fibrosa que une os nossos músculos aos ossos). As principais queixas de quem sofre com essa patologia são, inchaço e dor no tendão. O problema pode acometer qualquer parte do corpo onde haja um ou mais tendões, sendo particularmente frequente, no punho, nos joelhos, nos tornozelos e nos ombros.

A Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT) elucida que, geralmente, antes de problemas mais graves “a primeira dor é aquela dor da tendinite, aquela dor crônica, do sujeito que está correndo ou jogando futebol e vem sentindo essa dor e essa dor vai aumentando de intensidade. Isso provavelmente é uma tendinite”. Ademais, atividades forçadas e contínuas como: digitar e escrever por um tempo muito prolongado, também podem causar esse tipo de dor e acabar acarretando um quadro de tendinite.

Segundo o ortopedista, Mário Márcio, da Clínica da Matta Saúde Integral, “nesse momento, muita gente aderiu ao home office para se proteger contra a Covid-19. Porém, é necessário lembrar que essa prática também merece cuidados para a preservação da sua saúde física. A má postura é um dos principais motivos para dores e problemas nas articulações. Além disso, ela pode interferir em todo seu organismo e te deixar com maior sensação de cansaço e de ansiedade dentre outros sintomas”.

O especialista conta que, do ano passado até aqui, houve um acréscimo gradativo de pessoas se queixando de dores pelo corpo, em seu consultório. “Percebi algum aumento de quadros dolorosos em geral nos membros superiores, talvez pelo advento do “home office”. Pode ser que tenha havido algum aumento no número de pacientes com tendinite no punho/antebraço, relacionado a isso também”, explica.

Prevenção e tratamento

A Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT) diz que “o importante é fortalecer a musculatura e fazer alongamentos diariamente. Existem tratamentos não cirúrgicos (chamados de tratamentos conservadores) e também tratamentos cirúrgicos, tudo dependendo do quadro e do paciente. Para uma definição correta, é necessário discutir com o ortopedista/Cirurgião da Mão que acompanha o caso a fim de que se escolha a melhor opção de tratamento para o paciente e para a patologia em curso”.

Existem vários tipos de tendinite, algumas das mais comuns, representam inflamações dos tendões na região do punho e da mão, o Dr.Mário Márcio esclarece que “um ponto importante na prevenção de tais patologias é observar uma ergonomia adequada, com bom posicionamento à mesa de trabalho, realização de pausas regulares, alongamentos e reforços musculares. O tratamento dessas patologias também depende do tendão acometido e do grau de acometimento, podendo variar de medicamentoso, passando por fisioterapia, infiltração e podendo chegar ao tratamento cirúrgico”.

Sobre a prevenção, o médico deixa o alerta e as dicas para melhoria no trabalho remoto: “separe um espaço mais tranquilo da sua casa para trabalhar. Sempre faça seu trabalho em uma cadeira confortável e com o computador e equipamentos necessários na mesa destinada para isso. Evite ao máximo trabalhar na cama, no sofá e com o computador apoiado em locais que vão forçar um posicionamento inadequado da coluna cervical (região do pescoço). Faça pequenas pausas durante o dia para andar um pouco pela casa e/ou pelo quintal, fazer alongamentos etc. Não esqueça também de beber bastante água e ter uma alimentação saudável”.

“O nosso dia-a-dia é como participar de uma maratona: assim como temos de nos preparar fisicamente para a prova, devemos nos preparar para enfrentar as atividades diárias”, clarifica o Conselho Federal de Medicina (CFM).

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