Cerca de 35% dos fiscais encontraram irregularidades nos produtos avaliados; produto pode causar queda de cabelo e até câncer
A vontade de se sentir mais bonita e aumentar a autoestima é um sentimento natural. Porém, na ânsia de atingir determinados padrões de beleza, muitas pessoas acabam colocando a própria saúde em risco. Pesquisa realizada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em 21 estados do Brasil e Distrito Federal aponta que o formol ainda é utilizado irregularmente em procedimentos estéticos nos salões de beleza. Cerca de 35% dos fiscais encontraram irregularidades nos produtos avaliados. A substância é proibida no país desde 2009 por oferecer diversos riscos à saúde.
O uso de formol é permitido somente em seu processo de fabricação com uma concentração de até 0,2% em cosméticos. A substância não pode ser adicionada em outro produto, pois pode causar intoxicação aguda e até mesmo câncer. “O contato do formol com o couro cabeludo causa rachaduras, dermatites, desidratação, além de deixar a pele áspera” afirmou Lívia Lavagnoli, dermatologista e especialista em tricologia.
Formol e a queda de cabelo
Segundo a especialista, o uso de formol é um dos principais motivos da queda capilar. “Dependendo da quantidade de formol utilizado, os danos podem ser irreversíveis. Além dos riscos para o couro cabeludo, a inalação do produto pode afetar o trato respiratório e causar irritação nos olhos. Por isso, é fundamental estar atento ao escolher produtos que devem ser devidamente registrados pela Anvisa”, alerta.
Recuperando os fios
Os danos para quem utilizou formol por muito tempo são visíveis. “O excesso de formol deixa os fios mais secos e enfraquecidos. A alternativa é ter acompanhamento de um especialista que irá orientar o melhor tratamento para recuperação do cabelo”, complementou Lívia.
Fonte: Lívia Lavagnoli, médica dermatologista, membra da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e especialista em tricologia médica.