Legenda: Da esq. para a dir. Thiago Pacheco (Prodap), Anibal Pezzi, Patrícia Noronha, Guilherme Noronha (Terra Savana) e Rafael Mendes (Prodap) | Crédito: divulgação.
Práticas de ESG aliadas à tecnologia transformam
os resultados nas fazendas no Centro-Oeste
O Brasil é o maior exportador de carne do mundo e consegue unir sustentabilidade à eficácia na produção. Recentemente, a população mundial atingiu a marca de 8 bilhões de habitantes e a necessidade de discutir uma pecuária sustentável com segurança alimentar para atender a demanda crescente da população tem sido cada vez mais necessária.
As práticas de ESG, relacionadas às questões ambientais, sociais, governança e emissão de gases de efeito estufa vêm ganhando visibilidade também no agronegócio. Pode parecer um desafio pensar em uma pecuária sustentável, no entanto, sabe-se que práticas como recuperação de pastagens degradadas, ajustes de manejo de pastagens, integração lavoura, pecuária e florestas (ILPF) e uso de tecnologias nutricionais variadas ajudam a melhorar a produtividade, reduzir as emissões de gases e potencializar a fixação de carbono nos solos.
Produzir em larga escala, mantendo a qualidade, de forma sustentável e segura, gerando o menor impacto ao meio ambiente foi um dos temas discutidos na 27ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP 27), realizada no Egito este ano.
Tecnologia a favor da sustentabilidade
A Prodap, empresa brasileira de tecnologia e nutrição animal, é uma aliada da sustentabilidade e, por meio de sua metodologia, criada há mais de quatro décadas, firma um compromisso com os clientes em incrementar os resultados do campo. Um caso de sucesso entre os clientes é o Grupo Terra Savana Agro, que possui propriedades localizadas em Mato Grosso e Goiás, e é um exemplo da união de sustentabilidade, tecnologia e produtividade.
O grupo atua na região desde o fim da década de 70 e, com o passar dos anos, viu o investimento em tecnologia e a preocupação com a responsabilidade socioambiental mudar o patamar de resultados nas propriedades. “Estamos alicerçados em relações que unem tecnologia e respeito à terra e aos que nela vivem. Reconhecemos o potencial do setor no qual atuamos e trabalhamos para progredir em nossas atividades acreditando na sustentabilidade em sentido amplo, envolvendo fatores sociais, ambientais e econômicos”, afirma Guilherme Noronha, diretor geral e um dos sócios do grupo Terra Savana Agro.
Protocolo de Pecuária Sustentável
Para mensurar os resultados alcançados pelos clientes e validar o índice de sustentabilidade das fazendas, a Prodap, em parceria com a Neocert, empresa especializada em certificações florestais e agrícolas, desenvolveu um protocolo para medir o nível de sustentabilidade de fazendas de corte.
Utilizando os dados produtivos e financeiros de sua plataforma tecnológica aplicada à fazenda, Prodap views, e combinado com indicadores de materialidade ESG, o produtor tem acesso a um índice de sustentabilidade de sua propriedade, como também informações relevantes para a perenidade e segurança fundiária, produtiva e ambiental do negócio.
Com o índice em mãos, o produtor tem a certeza de pontos a serem corrigidos em sua fazenda, como também a segurança que está em conformidade com a sociedade, com a comunidade próxima à fazenda, com as emissões de gases de efeito estufa e com a produtividade.
“Até então, não tínhamos como demonstrar com fatos e dados o que acontece nas fazendas mundo afora mas, com o apoio de tecnologias combinadas e ciências, a Prodap entrega ao pecuarista uma solução que o permite quantificar e provar a força do agronegócio. Assim, é possível comprovar que o produtor é um importante contribuidor para a sustentabilidade do planeta fazendo parte da solução para esse tema”, afirma o diretor da Prodap, Rafael Mendes.
O projeto ainda está em fase piloto e consiste na aplicação de uma matriz de materialidade que considera os principais pilares do ESG dentro de uma propriedade rural. Após uma criteriosa, porém descomplicada, análise dos indicadores dentro da propriedade, é gerado um mapa de oportunidades de melhoria. O projeto também faz uma análise detalhada dos índices produtivos, que são obtidos automaticamente a partir dos dados do software de gestão desenvolvido pela Prodap.
“Desenvolvemos temas relevantes à produção agropecuária, tendo como critério um tópico que seja afetado pela produção agrícola e/ou que cause impacto na produção, considerado relevante para a manutenção do negócio e geração de valor para todos os stakeholders”, afirma Thiago Pacheco, gerente de Parcerias e Novos Negócios da Prodap.
Além de avaliar o desempenho geral do cliente, é feita uma análise de cada um dos pilares do ESG de forma individual. Na sequência, um relatório é gerado com sugestões de planos de ações que devem ser adotadas para adequar e melhorar a performance em cada um dos tópicos.
O case da Terra Savana Agro
O grupo Terra Savana Agro trabalha com pecuária nos sistemas de recria e engorda, além de produção agrícola de soja, milho e algodão. Na primeira avaliação do relatório piloto, o grupo cumpriu os requisitos básicos listados nessa primeira etapa, com destaque positivo para a gestão das pastagens, conservação dos solos, bem-estar animal, gestão financeira, cumprimento à legislação, proatividade na capacitação do time e em proporcionar um bom ambiente de trabalho.
O relatório também destaca os pontos de melhoria para que o proprietário possa aumentar a performance da fazenda e auxilia com os planos de ação para facilitar a tomada de decisão.
Pacheco explica que o objetivo deste protocolo não é apenas mensurar o quão sustentável o cliente é, mas também proporcionar uma avaliação frente aos principais certificados e protocolos existentes no mercado, validar os dados de produção e possibilidade de mitigação de carbono, além de proporcionar um benchmark do escore ESG com outros produtores.
A produção e entrega do relatório foi bem avaliada pela equipe da Terra Savana. Noronha destaca como foi importante aceitar o convite e participar deste projeto. “A sustentabilidade do negócio como um todo sempre foi uma preocupação para nós. Já pensávamos na melhor maneira de utilizar a área, não apenas sob a ótica produtiva, mas pensando também na viabilidade a longo prazo. A troca durante todo o processo foi essencial e nos passou bastante segurança e confiança em perceber como o trabalho foi conduzido”, ressalta Noronha.
Mendes afirma que o objetivo principal é ter um produto adequado à realidade dos vários perfis de produtor no Brasil. “Se um produtor quiser dar um primeiro passo e obter um diagnóstico inicial da sua propriedade pensando em ESG, teremos um produto para isso. Mas se ele quiser trabalhar com algo mais robusto, alinhado a certificados nacionais e internacionais e com auditoria de terceira parte, também será possível”.
O projeto piloto também está em fase de aplicação em outras fazendas para que muito em breve se torne um produto disponível ao mercado.