Conexão intergeneracional: lições passadas de pai para filho

Em seu último livro lançado, “Cartas para meus filhos”, Eder Carvalho compartilha experiências que vão servir de aprendizado para a geração mais jovem.

No mundo de hoje muito se fala sobre o etarismo, muitos julgam que as pessoas de cabeça branca são simplesmente “velhos” e sequer lhes dão ouvidos. Sim, a tecnologia, a inteligência artificial está mudando muitas coisas, tornando o dia a dia mais simples já que é possível consultar e aprender muito através dessas consultas, mas será que aprenderam tudo? Será que terão toda a maldade necessária para completarmos todos os processos?

O livro “Cartas para meu filhos” traz essa visão para os jovens de saber ouvir, que aprendam ouvindo. Todos têm dois ouvidos e uma boca e isso já diz muita coisa sobre a importância que é saber muito mais ouvir do que falar. O autor da obra, Eder Carvalho, fala sobre a inspiração que teve para escrever. “Eu sempre tive a ideia de compartilhar experiências. E mesmo sabendo que nem tudo o que a gente instrui é seguido, me deu uma vontade de deixar registrado. Coisas do tipo se você enfiar o dedo na tomada vai tomar um choque. Não coloque o dedo lá! Não adianta. Grande parte dos filhos enfia o dedo na tomada, toma o choque e vem chorando para o colo dos pais. Foi em situações semelhantes a essa, mas com grau de complexidade muito maior, situações em que eu senti que poderia dizer algo que contribuísse tanto com a formação dos meus filhos quanto a de outros filhos, de outros pais, que eu pensei em escrever essas cartas”, destaca.

Além disso, Eder disserta sobre uma forte experiência pessoal que também o motivou a redigir as cartas. “No início de 2022 eu passei por uma experiência muito extrema, uma situação de vida ou morte. Durante os 36 dias que fiquei internado no CTI em decorrência de problemas pós cirúrgicos da retirada de um câncer do intestino, vi e revi várias situações que vivi ao longo da minha vida. Apesar de ser sempre uma pessoa transparente, com um relacionamento muito aberto e franco com os meus filhos, o medo da morte me fez pensar e repensar de já tinha dito tudo, se me expus de uma maneira clara, se não deixei de lhes dizer nada. Na verdade, não apenas aos filhos, mas será que eu disse aos meus pais o quanto eu os amo, o quanto eles são importantes para mim? Será que a minha esposa sabe o quanto eu a considero, o quanto eu lhe quero por perto, o quanto eu me preocupo com ela? Será que todos aqueles que são importantes para mim sabem de sua importância? É algo inexplicável e eu acho que apenas alguém que esteve em situação semelhante consegue compreender o que eu quero dizer”, diz.

Cartas para meus filhos

O livro traz consigo a importância de aprender com a experiência dos outros, de agir conhecendo todo o processo, avaliando todos os riscos e conhecendo-os através da experiência vivida é o que faz a diferença, torna as pessoas diferentes. Agir sabendo, conhecendo quais serão as consequências de atitudes torna-os mais sábios, mais dominantes de cada situação. E o objetivo foi exatamente trazer isso para esta nova geração.

“As cartas foram escritas, todas elas, dentro de um conceito não de ensinar aos meus filhos ou a quem as ler e sim de tentar ver se, de alguma forma, eu consiga mexer com a cabeça de alguém, consiga passar informações, demonstrar valores. Não sou um ser humano perfeito, mas tenho valores que considero serem preponderantes em todas as relações”, conclui o escritor.

Fonte: Eder Carvalho Magalhães – Escritor, contador, advogado e mestre em administração pela PUC Minas e Fundação Dom Cabral. Professor de cursos de MBA na PUC Minas.

Foto: Acervo Pessoal | Divulgação

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