Setembro amarelo: quando a dependência química leva ao suicídio

A prevenção salva vidas, se precisar, peça ajuda

O mês de setembro é voltado ao combate e conscientização contra o suicídio. Pelo estigma presente na sociedade, o tema ainda é cercado por tabus. De acordo com a OMS, acontecem cerca de 12 mil suicídios todos os anos no Brasil e mais de 1 milhão no mundo. Sendo esta, uma das três principais causas de morte entre pessoas com idade entre 15 e 29 anos. Em relação aos dependentes químicos esse número é ainda maior.

O médico psiquiatra, Dr. Bruno Brandão explica que isso acontece porque  o álcool ou as substâncias químicas aumentam a desinibição, a agressividade, a impulsividade, tornando-se um facilitador para o ato extremo. “O abuso e a dependência de substâncias aumentam a gravidade e a duração dos episódios depressivos, apesar de qualquer alívio temporário que eles possam proporcionar, aumentando muito a probabilidade de pensamentos suicidas”, ressalta.

Bruno ainda acrescenta que os fatores para uma pessoa com dependência química apresentar um comportamento suicida estão os sentimentos de desesperança, solidão e inutilidade causados pelo uso de drogas e álcool, e ainda o aumento do nível de estresse e ansiedade, vergonha e culpa. “O uso ainda pode gerar problemas financeiros, legais e afetivos que podem aumentar os sentimentos de incapacidade”, diz.

Sinais de alerta

  • Isolamento;
  • Mudanças marcantes de hábito;
  • Tristeza profunda e excessiva (depressão);
  • Ansiedade excessiva;
  • Falecimento do cônjuge;
  • Perda de interesse por atividades de que gostava;
  • Descuido com aparência.

Prevenção 

A prevenção do suicídio envolve uma abordagem multidisciplinar que inclui educação, conscientização, acesso a tratamento de saúde mental de qualidade, apoio social e redução do estigma em relação ao uso de drogas e problemas de saúde mental. “É fundamental buscar ajuda profissional. Organizações de saúde mental e linhas de apoio estão disponíveis para oferecer suporte e orientação”, orienta o psiquiatra.

Fonte: Bruno Brandão, médico psiquiatra. Possui título de especialista em psiquiatria pela Associação Brasileira de Psiquiatria – ABP. Especialização em dependência química pela unidade de álcool e drogas pela Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP -Pós graduado em terapia cognitiva comportamental PUCRS –

Certificação em Neurociências  PUCRS – Membro Titular da Associação Brasileira de Psiquiatria – ABP . @brunopsiquiatra

Foto: Acervo Pessoal | Divulgação

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