Mês Mundial de Conscientização do Autismo promove debate sobre inclusão

Tema de campanha para o Dia do Autismo deste ano reforça que autistas podem estar onde quiserem

Em 2 de abril, é celebrado oficialmente o Dia Mundial de Conscientização do Autismo. O tema da campanha nacional de 2022 é “lugar de autista é em todo lugar“, com destaque para a hashtag #AutistaEmTodoLugar. “A ideia é promover uma mensagem inclusiva à sociedade em relação às pessoas autistas, além de conscientizar sobre o respeito ao autismo”, conta a psicanalista, Cinara Cordeiro.

Os Transtornos do Espectro Autista (TEAs) aparecem na infância e tendem a persistir na adolescência e na idade adulta. Na maioria dos casos, eles se manifestam nos primeiros 5 anos de vida. “Pessoas afetadas têm condições comórbidas, como epilepsia, depressão, ansiedade, transtorno de déficit de atenção e hiperatividade. O nível intelectual varia muito de um caso para outro, variando de deterioração profunda a casos com altas habilidades cognitivas”, explica.

Algumas pessoas com TEAs podem viver de forma independente. Porém, há outras com deficiências severas que precisam de atenção e apoio constante ao longo de suas vidas. “As intervenções psicossociais baseadas em evidência, tais como terapia comportamental e programas de treinamento para pais, podem reduzir as dificuldades de comunicação e de comportamento social e ter um impacto positivo no bem-estar e na qualidade de vida de pessoas com TEAs e seus cuidadores”, revela Cinara.

Tratamento

O autismo é um transtorno crônico, mas que conta com esquemas de tratamento que devem ser introduzidos logo que seja feito o diagnóstico e aplicados por uma equipe multidisciplinar. “Envolve a intervenção de médicos, psicólogos, fonoaudiólogos, pedagogos, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais e educadores físicos, além da imprescindível orientação aos pais ou cuidadores. É altamente recomendado que uma equipe multidisciplinar avalie e desenvolva um programa de intervenção personalizado, pois nenhuma pessoa com autismo é igual a outra”, diz.

A inclusão e o respeito são fundamentais nesses casos. “É importante que eles sejam acolhidos e respeitados em qualquer lugar. Precisamos combater o preconceito, a desinformação e discriminação”, finaliza a especialista.

Fonte: Cinara Cordeiro, escritora, psicanalista e terapeuta familiar, especialista em adoção.

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