Criptomoeda: aliada da Rússia?

Especialista explica o papel das criptomoedas em meio à guerra entre Rússia e Ucrânia

 

As tensões entre Rússia e Ucrânia estão cada vez mais fortes desde o último dia 24, quando o país do presidente Putin invadiu o vizinho.  “Com as limitações monetárias impostas em ambos os países, habitantes formam filas em caixas eletrônicos e casas de câmbio, as moedas digitais podem ser a solução”, conta o advogado criminalista, Ciro Chagas.

A moeda russa, o rublo, bateu um recorde de desvalorização em relação ao dólar norte-americano no último dia de fevereiro, chegando a  30%. Embora apresente certa recuperação, a União Europeia já anunciou suas intenções de enfraquecer a economia do país. A troca do rublo por dólares ou euros foi interrompida. “Em cenários  como esse, de incerteza política e crise monetária, as moedas digitais se apresentam como uma forma de manutenção da liberdade financeira”, frisa.

Os bancos tradicionais colocaram um limite de saque, já as moedas digitais continuam sendo transacionadas. “Há a possibilidade de guardar dinheiro em contas onde as transações são mais fáceis neste cenário, quando a movimentação de dinheiro via internet banking também é limitada. As moedas digitais ainda promovem o acesso ao dólar, euro e ativos de proteção, como o ouro por meio das stablecoins, que são criptomoedas estáveis”, explica Ciro.

Alta

Já no primeiro dia de março, as moedas digitais apresentaram um aumento de pouco mais de  6%, como é o caso do Bitcoin. “O aumento no valor de alguns desses ativos pode ser uma resposta às tentativas de contornar as sanções”, completa.

Os operadores de moeda digital que facilitam as transações devem manter relatórios financeiros anuais, como os negócios tradicionais, além de atender a outros critérios. “Logo, os criminosos não podem presidir operadoras de moeda digital. Isso inclui pessoas acusadas de financiamento ao terrorismo e extremismo – alegações que foram amplamente usadas contra a oposição política na Rússia nos últimos anos”, finaliza o advogado.

Fonte: Ciro Chagas, advogado criminalista, Professor e Doutorando em Direito Penal e Regulação do Sistema Financeiro Nacional (@prof.cirochagas).

Foto: Divulgação

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