Sem prevenção, obesidade pode aumentar em mais de 40% até 2030, aponta pesquisa

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Médico indica as principais formas de cuidado para evitar que esse dado se concretize

 

De acordo com a pesquisa Vigitel 2021, do Ministério da Saúde, 22,35% da população brasileira já está obesa. Enquanto isso, seis em cada 10 brasileiros apresentam sobrepeso. Um dado liberado pelo o Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS) durante o seminário “Obesidade no Brasil: impactos sociais e econômicos e como vencer essa pandemia”, em junho deste ano, mostrou outra realidade alarmante: se a população não se prevenir da forma adequada, até 2030, o índice de obesidade no país pode aumentar em 46%.

 

Tais números evidenciam algo que especialistas da área sempre destacam: a prevenção é o melhor caminho para evitar o desenvolvimento da obesidade e, consequentemente, impedir também o crescimento das doenças associadas ao quadro.

Fatores de risco

O médico pós-graduado em endocrinologia e tratamento da obesidade, Dr. André Moreira, explica que, atualmente, os reflexos da pandemia de Covid-19 estão entre as principais causas do problema. “Nos últimos anos, observamos o aumento de alguns comportamentos considerados de risco, como o maior consumo de alimentos processados, o isolamento social que contribui para o sedentarismo, além do estresse e ansiedade que podem também estar relacionados ao consumo exagerado de comida”, alerta.

No entanto, André ressalta que essa não é a única razão. “A pandemia pode, sim, ser um fator agravante, mas, mesmo antes disso, era possível observar o aumento da obesidade. Muito disso pode estar relacionado não só ao estilo de vida individual, mas também à cultura sobre o que a população em geral mais consome e a falta de informação adequada”, indica.

Por esse motivo, segundo o médico, é importante que os bons hábitos alimentares sejam estimulados dentro e fora de casa, desde a infância. “Nunca é tarde para iniciar uma rotina alimentar adequada acompanhada de atividade física e outros hábitos saudáveis. Mas o fato é que iniciar esse comportamento desde a infância, com bons exemplos em casa, estímulo nas escolas, com campanhas públicas adequadas e outras medidas, facilita muito o caminho por toda a vida adulta”, indica.

Férias escolares

Aproveitando o assunto, André cita, por exemplo, os hábitos que precisam de atenção durante o período de férias. “Nessa época, é comum oferecer mais guloseimas as crianças e muitos pais aproveitam para comer também. Não há nada de errado em oferecer esse tipo de alimento, desde que seja com equilíbrio. O problema é que, muitas vezes, por ser um momento de ‘folga’, os pais e as crianças acabam exagerando e isso é uma porta de entrada para outros hábitos que não fazem bem. Portanto, a dica é continuar oferecendo opções saudáveis, mas de forma divertida para que as crianças vejam que comer bem é ótimo em qualquer momento da vida”, indica.

Fonte: André Moreira, formado em Medicina, desde 2008, pela Universidade Federal De Minas Gerais – UFMG, pós-graduado em endocrinologia e tratamento da obesidade. @drandre.moreira.