Neuroarquitetura em ambientes corporativos: construção do espaço pode amenizar o burnout

Projetar espaços que promovam o bem-estar físico e mental dos funcionários pode resultar em equipes mais saudáveis, produtivas e satisfeitas

Síndrome de Burnout ou Síndrome do Esgotamento Profissional é um distúrbio emocional com sintomas de exaustão extrema, estresse e esgotamento físico resultante de situações de trabalho desgastante, que demandam muita competitividade ou responsabilidade. De acordo com a OMS, No Brasil, 18% dos brasileiros são vítimas da Síndrome de Burnout, sendo que a maioria da população afetada tem menos de 30 anos. A arquitetura e o design salutogénico podem desempenhar um papel significativo na mitigação do burnout, pois criam ambientes que promovem o bem-estar, a saúde mental e a resiliência dos indivíduos.

A arquiteta Mariana Gontijo, destaca que a conexão com a natureza, iluminação adequada, espaços flexíveis, cores e estímulos visuais são aspectos da neuroarquitetura que podem ser implementados nos ambientes corporativos para promover o bem-estar dos funcionários e reduzir o risco de Síndrome de Burnout. “Incorporar elementos naturais, como plantas, água e formas/móveis orgânicos, em espaços de trabalho pode reduzir o estresse e melhorar a produtividade. Da mesma forma, garantir uma iluminação natural e artificial adequada é crucial. A luz natural, especialmente, ajuda a regular os ritmos circadianos, melhorando o humor e o sono dos funcionários. Além disso, oferecer espaços de trabalho flexíveis que permitam alternar entre tarefas colaborativas e individuais, promovendo a criatividade e a produtividade. E escolher cores e elementos visuais que estimulam a concentração e a sensação de conforto”, explica.

Ela ainda ressalta que a promoção do bem-estar no ambiente de trabalho não é apenas uma questão de responsabilidade social, mas também está diretamente relacionada ao desempenho e à produtividade das organizações. “Sendo assim, investir em ambientes que cuidem da saúde mental dos funcionários é uma estratégia inteligente e benéfica para todos os envolvidos”, completa.

Como criar ambientes de trabalho saudáveis 

Espaços de Relaxamento: A inclusão de espaços de relaxamento, como salas de meditação, descanso, socialização ou áreas verdes, pode oferecer aos funcionários um local para recarregar suas energias e reduzir o estresse ao longo do dia de trabalho;

Mobiliário Ergonômico: Investir em mobiliário ergonômico ajuda a prevenir problemas de saúde relacionados ao trabalho, como dores nas costas e no pescoço. Funcionários confortáveis e livres de desconforto físico são mais produtivos;

Políticas de Flexibilidade: Oferecer opções de trabalho remoto ou horários flexíveis permite que os funcionários gerencie melhor seu equilíbrio entre vida pessoal e profissional, reduzindo o risco de burnout;

Engajamento dos Funcionários: Envolver os funcionários no processo de design do ambiente de trabalho pode aumentar seu senso de pertencimento e satisfação. Eles podem fornecer insights valiosos sobre suas necessidades específicas;

Monitoramento da Saúde Mental: Implementar programas de bem-estar mental e oferecer recursos de apoio, como aconselhamento ou coaching, pode ser fundamental para identificar e abordar problemas de saúde mental antes que se agravem;

Medição de Resultados: Para avaliar a eficácia das melhorias no ambiente de trabalho, é importante medir e analisar os resultados. Isso pode ser feito por meio de pesquisas de satisfação dos funcionários e dados relacionados à produtividade e ao absenteísmo;

Educação Continuada: Manter-se atualizado sobre as tendências em neuroarquitetura e projetos biofílicos é crucial. A evolução constante da pesquisa pode oferecer novas oportunidades para melhorar os ambientes de trabalho.

Fonte: Mariana Gontijo Couto – Arquiteta e Urbanista pela PUC Minas / Pós graduada em gestão de escritório pela PUC Minas / Especialista em projetos residenciais familiares – @criarq.im

Foto: Reprodução | Internet

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