Cuidados com os golpes financeiros durante a pandemia

“Corona Invest” e outros tipos de golpes ganharam as redes nas últimas semanas; 2 milhões de pessoas já foram afetadas apenas no WhatsApp

A comoção em torno da pandemia de Covid-19 fez com que aumentassem as atividades de golpistas na internet. Com diversas técnicas e direcionamentos diferentes, os golpes financeiros relacionados ao novo coronavírus já atingiram mais de 2 milhões de pessoas apenas no WhatsApp, segundo pesquisa do Dfndr Lab, laboratório especializado em segurança digital da PSafe.

O relatório liberado pelo Dfndr Lab identificou mais de 19 tipos de golpes com diferentes técnicas e público-alvo. Estima-se que outros golpes ainda não identificados pelas autoridades também já estejam sendo realizados. “Os golpes podem atingir desde o cidadão comum, que procura uma forma de ajudar ou se sentir seguro para eventuais perdas financeiras, até grandes empresas e investidores que também possuem esses mesmos objetivos. Geralmente, o golpista cria algo que transpareça credibilidade para enganar o maior número de pessoas possível. Por isso, devemos redobrar nossa atenção”, alerta Sílvio Azevedo, educador financeiro e especialista em investimentos.

Recentemente, o golpe que ficou conhecido como “Corona Invest” foi um dos mais comentados nas redes sociais. “Essa fraude foi exposta por um site americano que denuncia pirâmides. O golpe prometia rendimentos fixos de 11% para os investidores e a iniciativa também afirmava que o valor financiaria uma vacina contra o vírus da COVID-19. Isso chamou a atenção do site BehindMLM, já que não ficou claro como funcionariam os rendimentos para o financiamento de uma vacina”, explica.

Outros golpes que também ganharam repercussão estavam relacionados ao Auxílio Emergencial liberado pelo governo federal e a doação de dinheiro em prol de campanhas para ajudar pessoas atingidas pela pandemia. “Mesmo com diferentes intenções, todos aconteceram de maneira parecida: links duvidosos, solicitação de dados pessoais e cartão de crédito, além de download de aplicativos desconhecidos”, diz.

Prevenção continua sendo o melhor remédio

Sílvio acrescenta que a melhor maneira de evitar tais armadilhas é pesquisando antes de realizar qualquer procedimento financeiro. “O ideal é buscar fontes seguras e sites confiáveis que possam verificar a autenticidade. Operações em moeda estrangeira no Brasil ainda não são regulamentadas, então cuidado com empresas que oferecem rentabilidades garantidas superior a 1% ao mês, ou empresas que vendem cotas em moeda estrangeira”.

Além disso, nunca passe dados pessoais por telefone ou links que você desconhece. Pesquise muito antes de clicar. “Nenhuma empresa ou banco realizam promoções ou doações através do WhatsApp ou redes sociais. Geralmente, é disponibilizado um site seguro fornecido pela rede verificada da empresa em questão”, orienta o educador financeiro.

Fonte: Sílvio Azevedo, administrador de empresas, com ampla experiência no setor bancário e consultoria, especialista em mercado e educação financeira. Membro do MDRT (Million Dollar Round Table). É diretor e fundador da AZV Investimentos (azvinvestimentos.com.br / Redes Sociais: @silviocazevedo)

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