Associação Mineira de Eventos e Entretenimento pede ajuda ao Governo de Minas

Entidade, que representa empresas e profissionais do setor cultural mineiro, entrega carta ao Governador Romeu Zema com sugestões para ajudar a superar a crise causada pela pandemia do coronavírus

Um dos setores mais impactados pela crise desencadeada pela pandemia do coronavírus é o da cultura. Com as medidas protetivas que incluem o isolamento social e a proibição da aglomeração de pessoas, todos os eventos planejados para a acontecer nos meses de março e abril foram adiados. Com isso, empresas a profissionais que atuam na área da cultura e entretenimento viram suas receitas despencarem e a perspectiva é que, se nenhuma medida for tomada, ocorram demissões, o que agravaria ainda mais a situação econômica do Brasil. Com o objetivo de tentar frear a onda de fechamento de postos de trabalho e a quebra de empresas, a Associação Mineira de Eventos e Entretenimento (AMEE) entregou uma carta com sugestões ao Governo de Minas.

O documento, que mensura os impactos da crise econômica oriunda do avanço de casos de coronavírus em Minas Gerais, apresenta algumas medidas que podem ser tomadas para diminuir as possibilidades de retração do setor. “O setor cultural, que emprega mais de 5 milhões de trabalhadores e é responsável por 2% do PIB brasileiro, é, talvez, o mais impactado pelas medidas de contenção ao coronavírus. Sem a realização dos eventos, não existe faturamento e, com isso, os caixas das empresas estão zerados, sem a previsão de receita. Porém, as contas não param de chegar, os funcionários terão que receber, seja o salário ou as possíveis rescisões, impostos, água, luz, telefone, internet e várias outras despesas fixas. Se nenhuma outra ação for tomada para proteger a economia, o índice de desemprego no Brasil certamente irá aumentar, com projeções divulgadas pela imprensa de mais de 20 milhões de pessoas”, diz o trecho da carta, assinada por Rodrigo Marques, presidente da AMEE.

A carta enviada ao governador Romeu Zema apresenta três tópicos que podem impactar positivamente no mercado de eventos. Com relação à Lei Estadual de Incentivo à Cultura, a AMEE pede a exclusão da contrapartida para o próximo ano, celeridade nas análises e aprovação de novos projetos, agilidade nos processos pendentes com o objetivo de promover uma força tarefa, tendo em vista que os produtores de eventos estão impedidos de exercer suas atividades, mas estão com grande disponibilidade de planejamento, pesquisa e criação de novos projetos, em função do confinamento a que estamos obrigados. Além disso, a entidade sugere aumentar, em caráter emergencial, o percentual de renúncia fiscal para que o Governo do Estado possa oferecer incentivo ao setor cultural, a fim de evitar a quebradeira em massa das empresas realizadoras.

Para tentar reerguer as empresas do setor de eventos, a AMEE pede para que Governo de Minas crie uma linha de crédito que seja reparadora para setor que teve sua atividade suspensa por causa da pandemia. “O setor de eventos foi o primeiro a parar e será o último ter o seu retorno. O setor de eventos foi devastado e para nos reerguer, precisamos de uma taxa de juros de 0,5% e com carência de 12 meses e prazo de 60 meses para pagar”, consta em um trecho da carta.

E por fim, para que os eventos se tornem mais viáveis e as planilhas de custos sejam reduzidas neste primeiro momento, a entidade pede a suspensão da taxa de análise e vistoria do Corpo de Bombeiros durante 12 meses.

A perspectiva é que os próximos meses serão muito difíceis para quem tem como a área de eventos como o seu meio de sustento. “Fomos pegos de surpresa por esta pandemia, concordamos com as medidas tomadas pelas autoridades de saúde, pois o bem maior é a vida. Quando pudermos voltar a trabalhar, teremos vários desafios, como fazer as empresas trabalharem com caixas zerados, contar com as receitas de bilheterias de um público que também está sendo diretamente impactado pela crise econômica deflagrada pelo coronavírus, agendas de artistas que estarão muito disputadas e vários outros obstáculos que terão que ser vencidos”, finaliza Rodrigo Marques, presidente da AMEE.
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