Doença pode surgir como uma das possíveis sequelas da Covid-19
Alguns pacientes que foram infectados pela Covid-19 apresentaram diferentes quadros de tromboembolismo venoso. De acordo com a angiologista Marina Fonseca, especialista em cirurgia vascular, o problema pode ser uma das sequelas da COVID-19. “Cerca de um terço dos pacientes com o novo coronavírus internados em UTI são acometidos pela doença”, acrescenta.
A especialista ainda revela que a trombose também tem sido identificada com muita frequência naqueles que estavam em casa se recuperando. “Ainda não se sabe quanto tempo após o início da infecção a trombose pode surgir. Essa resposta ainda não é exata, em geral, o evento trombótico ocorre nos primeiros trinta dias de infecção, porém até um ano depois da infecção é possível relacionar a trombose com a infecção pela Covid-19”, conta.
O tratamento deve ser feito de acordo com cada caso e sob orientação de um profissional. “O uso de anticoagulantes é indicado para alguns pacientes que têm predisposição para trombose, mas não deve ser prescrito para todas as pessoas infectadas pelo Covid-19. Já o AAS (aspirina) administrado na admissão hospitalar e nos primeiros sete dias de infecção pelo vírus demonstrou menor taxa de internação em UTI, diminuição na necessidade de ventilação mecânica (intubação) e redução na taxa de mortalidade hospitalar”, esclarece a angiologista e cirurgiã vascular.
Acompanhamento
No paciente que teve a infecção pelo coronavírus e apresentou quadro de trombose, alguns cuidados podem ser tomados. “Evitar a imobilização prolongada. Após longos períodos restritos à cama, procurar voltar a se movimentar, uso de meias elásticas compressivas, de acordo com indicação médica, além de evitar o sedentarismo e manter um peso adequado. Realizar um check-up médico para evitar complicações”, aconselha.
Procurar ter uma vida mais ativa e saudável também é fundamental. “Realizar atividades físicas, ter uma alimentação balanceada, continuar o acompanhamento médico para que caso surja algum problema, ele possa ser tratado o mais rápido possível “, conclui Marina.
Fonte: Marina Fonseca, médica angiologista e especialista em cirurgia vascular. Atua em consultório próprio, em Belo Horizonte (@dramarinafonseca).